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domingo, 16 de agosto de 2009

FILME BRÜNO


Difícil classificar o novo filme de Sasha Baron Cohen. Brüno tem imensos méritos cinematográficos, ao derrubar os limites entre ficção e documentário, e abordar tabus sem nenhum tipo de barreira do politicamente correto.

Aí justamente reside o incômodo que ele causa. Não senti nenhum mau estar ao ver o desfile de preconceitos e ridicularizações a que ele expõe os personagens homossexuais. Faz parte da própria cultura gay a autodepreciação. E as piadas são realmente engraçadas.

Da mesma maneira ele detona austríacos, ridiculariza o conflito entre palestinos e judeus, o mundo da moda, o sistema de Hollywood expondo a fragilidade e frivolidade da sociedade humana.

Assim como em seu Borat, Bruno/Cohen demonstra imensa coragem ao se expor em Jerusalém vestido de travesti hassídico (e tomar um coió), agredir um líder do braço armado da guerrilha muçulmana no Líbano (e correr o risco real de ser assassinado) e armar um evento de luta livre e transformá-lo em cena homoerótica (e receber cadeiras arremessadas pelo público).

O incômodo maior acontece quando o filme deixa de ser comédia e se torna denúncia. A cena onde Bruno entrevista pais das crianças que está fazendo casting para as fotos com seu filho africano causam imenso mau estar por revelar como eles vendem seus filhos por qualquer coisa.

No final, no entanto,ele se redime e é possível voltar a rir.

Mesmo causando em um certo momento a sensação de que está se alongando demais, não há dúvida: é um filme imperdível.

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